Terça-feira, 21 de Abril de 2009

Um dia - de Sophia de Mello Breyner

 

Imagem retirada da internet

 

 

 
 
Um dia
 
Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais
 
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
 
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais, na voz do mar,
E em nós germinará a sua fala.
 
Sophia de Mello Breyner Andresen
 

 

publicado por individual às 14:48
link | comentar | ver comentários (1) | favorito
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009

Perspectiva

Imagem retirada da internet

 

 

Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
 
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
 
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
 
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
 
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
(Autor desconhecido)
 
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."
 
(Fernando Pessoa)

 

 

Nota: Só algum tempo depois de publicar este post é que tive conhecimento que apenas os dois ultimos versos é que são da autoria do Fernando Pessoa (Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro).

publicado por individual às 15:43
link | comentar | ver comentários (3) | favorito
Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009

Poema

 

 Imagem retirada da internet

 

Deus

 

À noite, há um ponto do corredor
em que um brilho ocasional faz lembrar
um pirilampo. Inclino-me para o apanhar
- e a sombra apaga-o. Então,
levanto-me: já sem a preocupação
de saber o que é esse brilho, ou
do que é reflexo.
Ali, no entanto, ficou
uma inquietação; e muito tempo depois,
sem me dar conta do motivo autêntico,
ainda me volto no corredor, procurando a luz
que já não existe.

Nuno Júdice, in "Meditação sobre Ruínas"

 

Retirado de http://www.citador.pt/

 


 

tags: ,
publicado por individual às 14:07
link | comentar | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Março 2012

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
30
31


.posts recentes

. Um dia - de Sophia de Mel...

. Perspectiva

. Poema

.arquivos

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub