Segunda-feira, 28 de Setembro de 2009

Mais Sophia

Imagem retirada da internet

 

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta,

continuará o jardim, o céu e o mar,

e como hoje igualmente hão-de bailar

as quatro estações à minha porta.

 

Outros em Abril passarão no pomar

em que tantas vezes passei,

haverá longos poentes sobre o mar,

outros amarão as coisas que eu amei.

 

Será o mesmo brilho, a mesma festa,

será o mesmo jardim à minha porta

e os cabelos doirados da floresta,

como se eu não estivesse morta.

 

Sophia de Mello Breyner

publicado por individual às 15:38
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Terça-feira, 21 de Abril de 2009

Um dia - de Sophia de Mello Breyner

 

Imagem retirada da internet

 

 

 
 
Um dia
 
Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais
 
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
 
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais, na voz do mar,
E em nós germinará a sua fala.
 
Sophia de Mello Breyner Andresen
 

 

publicado por individual às 14:48
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